“PEQUENOS” DETALHES

pequenos-detalhesReflexão, reflexão, avaliação e mudanças. Mesmo que pequenas, poucas ou lentas, porém, SEMPRE será necessário reflexões, avaliações e mudanças.

Para mim é muito simples, temos duas opções nessa vida: ou melhoramos nossas atitudes pelo caminho da reflexão e avaliação; ou sofreremos experiências reais e intensas, vividas na pele, no corpo e na vida forçando assim a melhora do Ser. Ou seja, entendo que temos duas formas de aprender e de nos tornamos pessoas melhores: de dentro para fora ou, a mais dolorida e comum, de fora para dentro.

Por essa forma de pensar que, com muito carinho, estou sempre propondo reflexões e transcrevendo textos que considero relevantes para o momento, para nossa caminhada espiritual e evolução interna.

Assim, com a entrada do mês de dezembro e das inúmeras festas, seguindo a necessidade de buscar coesão e coerência na vida e com a esperança de novas e mais melhoras, transcrevo um texto de M.J. Brito retirado do livro “Histórias que ninguém contou – Conselho que ninguém deu”.

É sem dúvida um texto muito inspirador e cheio de “pequenos” detalhes. Aliás, me faz pensar, lembrar e lamentar quantas situações idênticas a da história contada já vi e ainda vejo, dentro do congá e diante do Altar.

Reflexão!

Reflexão, avaliação e mudanças já!!!

O DEVOTO SONHADOR 

Um devoto, que há um ano mantinha o hábito de fazer longas orações, estava no templo orando, sozinho, em ambiente reservado para recolhimento espiritual, quando foi surpreendido pela chegada de um Anjo do Senhor.

Em passado recente, esse homem possuíra muitos bens e era tido como ambicioso e egoísta. Havia sofrido considerável revés financeiro, empobrecido, e se entregava agora às práticas religiosas buscando refrigério para sua alma. Afirmava ser um novo homem, seguidor do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. No dia da visita, fazia seu peditório costumeiro, invocando o apoio do Senhor em favor dos humildes e necessitados, fato que atraiu a atenção do emissário celeste que a ele se apresentou. Entre outras coisas, assim pedia o devoto:

– Ó Senhor! Lembrai-vos dos que padecem nos leitos de hospitais… Dos que perambulam pelas ruas em busca do alimento… Dos que se encontram despidos e abandonados… Lembrai-vos, ó Senhor! Das criancinhas órfãs… Dos idosos desamparados… Dos desalentados e dos oprimidos…

O Anjo comovido com o tom daquela oração se apresentou ao devoto, deixando-o maravilhado e surpreso. Trazia um livro, de folhas brancas, de onde emanava uma irradiação celestial. Na capa deste livro estava escrito: Registro de Pedidos.

O emissário celeste se aproximou do homem e disse-lhe: – Louvado seja Deus! Seu clamor foi ouvido. És um agraciado do Pai Celestial. Eis me aqui para, em nome do Divino, registrar seu peditório. Dispõe-se, abre seu coração!

O devoto, entusiasmado com aquela situação, tendo diante de si um Anjo do Senhor que viera ouvir-lhe e registrar seus pedidos, não se conteve e, entendendo ser aquela uma oportunidade única de realizar seus verdadeiros desejos, disparou:

– Ó Senhor! Fazei-me recuperar todos meus bens que eram a alegria de minha vida… Deixe-me novamente ser possuidor das riquezas de outrora… Retire de mim essa humilhante situação de pobreza e infortúnio… Lembrai-vos deste filho que sofre hoje por não ter sabido administrar as riquezas que possuía…

O Anjo ficou perplexo. Não era aquele pedido que pensara registrar. O amor à humanidade, tão emocionantemente elevado ao alto na prece silenciosa, estava sendo substituído por um pedido egoísta de cunho nitidamente material. Decepcionado, foi desaparecendo da vista do devoto – à proporção que este abria seu coração e extravasava seus reais desejos – até sumir por completo.

Após alguns segundos, o devoto percebeu que não existia nenhum anjo no local. Perdido e confuso, não conseguiu entender o que se passara. Tivera um sonho? Estaria enlouquecendo? Vira mesmo um anjo? Refletiu e julgou ter sido vítima de uma ilusão, sendo prudente esquecer o episódio.

O Anjo deixou o ambiente conduzindo o livro sagrado, onde escreveu na página destinada ao fiel visitado: “Sem registro. Erro nosso de interpretação”. Na saída, ainda ouviu o devoto que, insensível ao que dizia, voltou a clamar de forma silenciosa e repetitiva, como se nada tivesse acontecido:

– Ó Senhor! Lembrai-vos dos que padecem nos leitos de hospitais, dos que perambulam pelas ruas em busca do alimento… Dos que se encontram despidos e abandonados… Lembrai-vos, ó Senhor! Das criancinhas órfãs… Dos idosos desamparados… Dos desalentados e oprimidos… 

M.J. BRITO

Em matéria de sentimentos e emoções, não adianta ocultar o que se vai no íntimo. Volta e meia, a dinâmica da vida nos coloca nus perante nós próprios e diante dos outros.

Uma das formas de pedir para nós é solicitar para o próximo. Quem pede em favor de outrem está exercitando sentimentos nobres, fator indispensável para conservar a mente livre da inveja e da ambição.

Quem se compraz com a infelicidade do próximo é sério candidato a ocupar o seu lugar.

Para ser acionada de forma crescente e positiva, a Lei de Suprimento requer, daquele que a busca, que sua mente esteja livre de preconceitos e objeções em relação aos outros.

Silenciar, diante das faltas alheias, é gerar benefício em favor de si mesmo.

O próximo é nosso melhor caminho para Deus. Uma mente bloqueada por sentimentos negativos em relação aos outros, está interditada para as benesses de Deus.

A felicidade, que se encontra nos sentimentos nobres, está ao alcance de todos. A solidariedade é um extraordinário começo.

Eis que já estás curado, não peques mais para que não te suceda coisa pior. (João 5-14)

por Mãe Mônica Caraccio

6 ideias sobre ““PEQUENOS” DETALHES

  1. Lindo texto Mãe, realmente não é fácil pensar no próximo, sempre será uma batalha contínua com nosso ego que tanto nos trai e nos engana. Axé!!

  2. Axé mae!

    Quem divide, multiplica!
    Temos que ser humildes e nao ser egoistas para conseguirmos ajudar ao próximo. E isso tem q vir de dentro pra fora. Bora praticar!

  3. Resumindo o conto e o comentário do irmão Brito, mãe;
    A meu ver, não somente somos egoicos em procurar a espiritualidade ou com receio dos atos maléficos que comentemos contra nosso(s) aproximo (s) ou por esquecermos dos malefícios que direta e ou indiretamente participamos para destruir tudo o que nosso Pai Criador nos emprestou nesse plano com a única finalidade; A de utilizarmos com respeito, com dignidade e com parcimônia em benefício de todos sem vir a ganância do enriquecimento acima de tudo e destruirmos o que nos foi emprestado.
    Com isso , com receio ou medo; muito se recorre a espiritualidade com exclusividade a esse fim, esquecendo-se que somos passivos de acertos e falhas, mas; o principal e sabermos que ao cairmos, levantamos e agradecemos ao Pai que assim permitiu e não por temor, medo!
    Espiritualidade é se conscientizar que somos a imagem do criador onde existe só a bondade, o respeito a tudo, e o amor universal !

  4. Axé Māe!!
    Bom dia!!! Nossa, que liçāo para avaliarmos o que vai em nosso íntimo verdadeiramente.
    Acho que a pior coisa é nāo ter o que registrar por erro de interpretaçāo.

  5. Axé mãe

    Quantas vezes, no conga, agradecemos estar ali para depois agradecer de fazer o Bem para os demais. Quantas vezes a vaidade vem fazer cocegas. Que sejamos sempre capazes de agradecer pelo outro. Um texto inspirador. Obrigada por tantos ensinamentos.

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